A Polícia Civil indiciou 11 funcionários públicos de Imbituba, ligados à Saúde, por associação criminosa, uso da máquina pública em favor de partido político, corrupção eleitoral e falsidade ideológica.
Segundo a polícia, os servidores municipais utilizaram-se da estrutura administrativa do município visando beneficiar candidatos aos cargos eletivos de deputado federal, deputado estadual, senador e governador em 2022. Os candidatos seriam do Partido dos Trabalhadores (PT), informou a polícia.
As investigações iniciaram em novembro do ano passado, quando vereadores de Imbituba apresentaram provas indicando que funcionários públicos da secretaria de Saúde estavam se utilizando do horário de expediente e de veículos da prefeitura para beneficiar candidatos do Partido dos Trabalhadores em três oportunidades: nos dias 2/9, 24/10 e 26/10.
Os fatos foram levados ao Ministério Público Eleitoral e encaminhados para a delegacia da comarca. Realizadas as diligências necessárias, a Polícia Civil representou pela busca e apreensão nos endereços dos envolvidos e na secretaria de Saúde, pela suspensão do cargo público e por outras medidas cautelares de proteção a testemunha.
“Durante esse período, a Polícia Civil analisou todo o material, quando ficou constatado um núcleo criminoso instalado dentro da secretaria de Saúde, que atuou durante as eleições de 2022 visando angariar votos”, informou a PC. De acordo com a polícia, essa associação se utilizava de um veículo da prefeitura sem identificação para realizar a coleta de material de campanha na região de Florianópolis, onde ficava a gráfica de produção.
O veículo ainda era utilizado para o transporte do material a outras cidades da região Sul de Santa Catarina, como Araranguá e Tubarão. “Uma vez que o material chegava em Imbituba, o mesmo veículo Gol era utilizado para entregar o material a pessoas que fariam a entrega final ou era utilizado pelos envolvidos para realizar panfletagem”, detalha a polícia.
Troca de votos por comida
As provas apontaram ainda que quatro funcionários teriam distribuído cestas básicas em troca de votos a pelo menos dez famílias. Segundo o inquérito, os investigados também teriam oferecido oxigênio a moradores em situação vulnerável, com finalidades eleitorais. Ao final, de acordo com o inquérito, foi apurada a prática de 40 fatos de crimes eleitorais. O inquérito será encaminhado ao Ministério Público Eleitoral para análise.
Fonte: Diário do Sul