Superando as expectativas do início de 2024, a indústria catarinense deve crescer 4,65%, contra os 4,51% previstos anteriormente. A estimativa é do economista-chefe da Federação das Indústrias de SC (Fiesc), Pablo Bittencourt.
Em reunião da diretoria da entidade, o economista destacou que o Brasil vem mostrando uma transformação na sua dinâmica de crescimento, que favorece a indústria catarinense, dada a diversidade de setores e a característica do parque industrial do Estado. “A indústria de Santa Catarina tem cadeias bem estruturadas na produção de bens duráveis e bens de consumo, que neste momento estão puxando o crescimento do país”, explica.
De acordo com ele, esse cenário é um reflexo de dois principais fatores: a redução da taxa de juros – com efeitos positivos sobre o crédito – e também a elevada taxa de ocupação na economia brasileira, com impacto sobre o aumento da renda do trabalhador. “A tendência é um aumento na contratação de crédito para financiar o consumo. O endividamento das famílias parou de cair, e a renda das famílias está sendo compatível com a redução da dívida e o crescimento do consumo, especialmente se a taxa básica de juros voltar a cair no início de 2025, como esperado”, explicou Pablo.
Desafios
O equilíbrio fiscal é um dos grandes entraves para uma melhora significativa na economia, segundo Pablo. Ele salientou que a necessidade de corte de gastos públicos para atingir a meta é premente e, apesar do anúncio do governo federal do corte de R$ 15 bilhões, ainda seria necessário uma nova redução, de pelo menos R$ 11 bilhões, para que fosse possível encerrar o ano dentro da banda da meta fiscal.
Segundo o economista, a futura revisão da reforma, prevista para 2031, poderá equilibrar eventuais distorções e fazer ajustes. Apesar de positiva, essa previsão cria incerteza sobre como será no futuro dos setores que receberam incentivos.
Fonte: Diário do Sul