Na última semana o Portal Engeplus divulgou os dois primeiros casos positivados para Coqueluche em Criciúma. A doença altamente contagiosa voltou após dez anos e já causou duas mortes em Santa Catarina. Conforme a Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Dive), ambos os casos que evoluíram para óbito eram bebês, sendo notificados e registrados em 2024.
O primeiro caso foi de um bebê de dois meses, do município de Itajaí. Ele morreu no dia 20 de agosto e apresentava sintomas respiratórios. Não há registro de vacinação de dTpa para a mãe do bebê durante a gestação.
O segundo caso, também foi de um bebê de dois meses. Ele morreu no dia 27 de agosto em Joinville. Segundo a Dive, também não há registro de vacinação de dTpa para a mãe do bebê durante a gestação.
“Ambos eram bebês prematuros, que ainda não haviam recebido nenhuma dose de vacina com componente pertussis e ambos não tinham comorbidades relatadas. Os últimos registros de óbitos por coqueluche no Estado, haviam sido no ano de 2014.
Na última sexta-feira, dia 25, a Secretaria de Estado da Saúde por meio da Dive, divulgou um alerta sobre o aumento nos casos de coqueluche no estado.
Em 2024, já foram confirmados 106 casos, um crescimento expressivo em comparação aos dois registros do ano passado. A faixa etária mais afetada é a de crianças com menos de um ano de idade, somando 38 confirmações. Os casos confirmados se concentram nas regiões da Foz do Rio Itajaí (29), Médio Vale (20), bem como na Grande Florianópolis (21).
Mesmo com o resgate das coberturas vacinais do Calendário Básico de Vacinação no Estado, a vacina pentavalente, que protege contra a coqueluche, está em 88,87% de cobertura acumulada até outubro de 2024 em Santa Catarina. No ano de 2023, a cobertura vacinal chegou a 91,47%. A meta anual é de 95% de imunização.
A doença acomete principalmente crianças e lactentes até os seis meses de idade, e a vacinação é a principal forma de controle. O imunizante faz parte do Calendário Nacional de Vacinação do Sistema Único de Saúde (SUS) e está disponível nos postos de saúde pelo estado. Em 2014, foi implantada a vacina dTpa para gestantes, cujo objetivo é passar anticorpos para proteger o bebê até que ele complete o esquema vacinal da pentavalente. “Esta vacina é feita também na gestante, porque o bebê vacinado só alcança a proteção efetiva após concluir o esquema primário com a vacina pentavalente, aos 6 meses. Então, a vacinação da gestante tem o objetivo de proteger a criança até um ano. Precisamos avançar na vacinação de todas as pessoas com indicação da vacina, considerando que muitos países vêm registrando aumento de casos em 2024, e a vacinação continua sendo a melhor estratégia para combater a doença”, alerta João Augusto Brancher Fuck, diretor da DIVE.
A coqueluche é uma doença infecciosa, causada pela bactéria Bordetella pertussis, que afeta as vias respiratórias, causando crises de tosse seca e falta de ar. É altamente transmissível, já que o contaminado pode infectar outras pessoas por meio de gotículas da tosse, espirros ou mesmo ao falar.
No primeiro, o mais leve, os sintomas são parecidos com o de um resfriado:
- Mal-estar geral
- Corrimento nasal
- Tosse seca
- Febre baixa
Depois, a tosse seca piora e outros sinais podem aparecer:
- Tosse passa de leve e seca para severa e descontrolada
- Tosse pode ser tão intensa que pode comprometer a respiração
- Crise de tosse pode provocar vômito ou cansaço extremo
Os sinais e sintomas da coqueluche duram entre seis a 10 semanas, podendo durar mais tempo, conforme o quadro clínico e a situação de cada caso. Na suspeita da doença, é orientado procurar um serviço de saúde mais próximo de sua residência.
Fonte: Engeplus