Imbituba foi ontem um dos principais alvos da Operação Wallet, realizada pela Polícia Civil, e que apura uma quadrilha suspeita de capitalizar os valores obtidos com o tráfico internacional de drogas através da conversão em criptomoedas.
Segundo a polícia, uma das prisões realizadas durante a ação foi no município da região. Na casa do suspeito, foram apreendidos drogas, dinheiro e muitas malas que estavam sendo preparadas “para, possivelmente, serem usadas no transporte de drogas”.
O delegado Cláudio Monteiro, responsável pela investigação, disse que há grande probabilidade do alvo, preso em Imbituba, ser integrante da quadrilha que alicia pessoas para fazer o transporte das drogas para destinos internacionais, como Austrália, Tailândia e Europa. “Inclusive, a brasileira que saiu de Santa Catarina e foi condenada a 11 anos de prisão pode ter sido enviada por este grupo que estamos investigando”, detalhou.
Na casa do investigado, também foram apreendidas estufas, pés de maconha e maconha pronta para consumo, além das malas. “Ele faz um trabalho artesanal para ocultar drogas em malas. Isso dificultava o serviço de identificação das drogas nos aeroportos. Passava até pelo raio-x dos locais”, contou o delegado.
Além de Imbituba, foram cumpridas na ação diversas ordens judiciais em Florianópolis, São José, Biguaçu, Camboriú e Navegantes. Entre os mandados, estava o bloqueio de 16 carteiras (wallet) de criptomoedas; 32 mandados de busca e apreensões; 17 mandados de prisão, bloqueios de 15 contas bancárias e empresas, e apreensão de veículos.
Ao menos quatro pessoas foram presas em flagrante. A operação contou com a participação de 120 policiais e 45 viaturas. As investigações tiveram início em 2022, após levantamento de que um mesmo grupo, já preso em 2019, continuava atuando fortemente no tráfico de drogas e envio de cocaína em malas de viagem.
Condenada na Indonésia
A mulher citada pelos responsáveis da operação realizada ontem é Manuela Vitória de Araújo Farias, que foi condenada a 11 anos de prisão por entrar na Indonésia com cocaína. Ela foi detida em dezembro de 2022, com cerca de três quilos da droga na bagagem. Manuela saiu do aeroporto de Florianópolis com a cocaína, afirma a polícia. A polícia informou ainda que, durante as investigações, identificou o suspeito que teria comprado as passagens de Manuela para o país asiático.
Fonte: Diário do Sul