Os ferros do casco de um navio naufragado reapareceram nas areias da praia de Jaguaruna e têm chamado atenção de quem passa pelo local. Em um vídeo no Instagram no dia 11 de agosto, um pedestre alerta para que os moradores tomem cuidado ao caminhar na área, sobretudo no período da noite. A princípio, o navio a que ele faz referência está enterrado na praia da Esplanada e seria o Gravataí, que afundou em 1972 carregado de gasolina refinada.
Conforme dados do Museu Cidade de Jaguaruna, o acidente envolvendo o navio Gravataí aconteceu na praia de Campo Bom e por isso não há como precisar se o casco que reapareceu é mesmo deste navio. Cabe lembrar que Jaguaruna foi no passado considerada cemitério de navios, referência a grande quantidade de acidentes e naufrágios registrados na costa do município.
Gilson Luiz Paes, responsável pelo Museu Cidade de Jaguaruna, acredita que a quantidade de acidentes no passado aconteceu em função da baixa tecnologia de equipamentos e também pela influência da Lage da Jagua, formação rochosa submarina situada a 5,3 quilômetros da costa, em frente à Praia do Arroio Corrente e com cerca de 2 quilômetros de extensão.
“Acredito que na época os equipamentos não eram tão precisos como os de hoje. A maioria dos navios que encalharam no banco de areia foi devido a rota que pagava, muita próximo da margem. Hoje já não encalha mais porque os equipamentos têm tecnologia precisa, então sabem que a rota não é tão próxima da margem da praia e que pode encalhar no banco de areia e da lage”, explica.
Além do navio Gravataí, registros do museu apontam acidentes com naufrágio também em 1946 envolvendo o navio Buenos Aires, que estava carregado com roupas de lã e teria sido saqueado pela população antes de afundar. O Guaratinga também afundou, só que em 1954. Ainda há registro de naufrágio do Santos Porto, em 1942, e o Rio Parnaíba, em 1955. No próprio museu também há registro de acidentes, mas sem naufrágio, caso do navio Loide Paraguai, que encalhou em 1953, mas foi puxado por rebocadores. Mas o acidente mais marcante na costa de Jaguaruna ocorreu com o navio de Giuseppe Garibaldi, em 1839.
Fonte: Engeplus