As mudanças que transformaram em mão única as marginais paralelas à BR-101, em Capivari de Baixo, continuam gerando transtornos e preocupação por parte de moradores, empresários e até do Corpo de Bombeiros. Prefeitura e Câmara de Vereadores estão engajadas em reverter esta posição e solucionar os problemas de mobilidade no local.
Esta semana, mais uma reunião, desta vez on-line, foi realizada entre a ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres), CCR Via Costeira, a prefeita de Capivari de Baixo, Márcia Roberg Cargnin, a presidente da Câmara de Vereadores, Bia Alves, Corpo de Bombeiros e demais autoridades. Tudo para tentar buscar uma alternativa mais viável de trânsito no local.
O comandante do Corpo de Bombeiros de Capivari de Baixo, Fábio Claudino Ferreira, disse que a maior preocupação é quanto ao atendimento em três dos bairros mais atingidos com a mudança no tráfego das marginais – Ilhotinha, Vila Flor e Alvorada. “Fizemos o novo trajeto para avaliar a mudança no tempo de atendimento, no total aumentaram quatro minutos. Isso, para nós, é um tempo que não se pode perder. Nestes três bairros são em torno de oito mil moradores que podem ser prejudicados em um atendimento de urgência. No caso de uma parada cardíaca, por exemplo, estes quatro minutos são extremamente importantes e, com isso, eu posso comprometer todo o atendimento”, alerta, preocupado.
Ele ainda acrescenta que foi realizado um levantamento e, em quatro anos, neste local onde houve a mudança para mão única, não houve nenhuma ocorrência de acidente com vítimas atendida pela equipe ou mesmo pela equipe de Tubarão.
A presidente da Câmara de Vereadores, Bia Alves, disse que também foi realizado um levantamento junto à Polícia Rodoviária Federal, que apontou que, neste mesmo período de quatro anos, apenas um acidente foi atendido pela corporação, e ainda assim apenas com danos materiais, sem vítimas. “Mas aí a CCR vem e diz que eles têm o registro de 57 acidentes neste mesmo período no local. Já fiz um ofício solicitando nome e endereço das vítimas para que eu possa averiguar a situação, já que nem o Corpo de Bombeiros e nem a PRF têm estes atendimentos como ocorrência”, pontua.
Em agosto, uma comitiva de Capivari de Baixo, que tinha Bia Alves como integrante, viajou a Brasília para um encontro na ANTT. “Um relatório de impacto das mudanças feitas pela concessionária da rodovia foi entregue a Maurício Drummond Uzeda, da agência.
Sentido único não está no contrato
A CCR Via Costeira mudou os sentidos das vias laterais de mão dupla para único entre os viadutos do acesso principal e do bairro Vila Flor. Segundo a vereadora Bia Alves, no contrato com a concessionária não há uma cláusula sequer que obrigue a transformação em mão única. “Fizeram porque quiseram e se negam a alterar, sem qualquer justificativa plausível, já que não há obrigatoriedade legal e nem problemas oficiais no local ocorridos anteriormente. Agora vamos esperar que uma equipe da ANTT venha logo fazer a visita ao local, como se comprometeram a fazer, para tentar reverter esta situação. Muita gente está sendo prejudicada e isso não pode continuar assim”, reforça.