A Gerência Regional de Saúde de Tubarão registrou, até a última segunda-feira, 32 casos de dengue na região, sendo 20 autóctones (contraídos no próprio município). O número é 33% maior do que na semana passada, quando 24 casos da doença haviam sido confirmados.
De acordo com a bióloga da Regional de Saúde, Sabrina Cardoso, são 448 casos suspeitos da doença, dos quais 285 foram descartados, 32 confirmados por critério laboratorial e 131 continuam sob investigação. “Com relação aos casos positivos, 20 são autóctones, ou seja, foram contraídos na região”, pontua.
Os municípios com transmissão da dengue são: São Ludgero (11 casos, sendo dez autóctones), Tubarão (oito casos, com três autóctones), Braço do Norte (oito casos, sendo cinco autóctones) e Imbituba (cinco registros, dois são autóctones). Esses números, quando comparados ao mesmo período de 2022, representam um aumento de 280% na quantidade de casos transmitidos na região.
Com relação à presença do mosquito transmissor da dengue, o Aedes aegypti, nos municípios de abrangência da Regional de Saúde de Tubarão são 257 focos registrados, em São Ludgero (106), Tubarão (71), Imbituba (53), Braço do Norte (14), Capivari de Baixo (5), Laguna (4), Grão-Pará, Gravatal, Pescaria Brava e São Martinho, com um foco cada. Lembrando que São Ludgero, Tubarão e Imbituba são considerados infestados pelo vetor, ou seja, sua presença é relatada no município durante todo o ano e não apenas com focos pontuais.
“A situação da doença na região continua aumentando, e o principal problema é justamente o acúmulo de água parada. A população não está ajudando e, consequentemente, os casos estão crescendo. Importante a utilização de repelente e a realização de limpeza em seus imóveis e não permitir o acúmulo de água em qualquer tipo ou tamanho de depósito. Vale sempre lembrar que sem a presença de água parada o Aedes aegypti não irá se proliferar, sendo assim, não teremos transmissão da dengue”, enfatiza Sabrina.
“No caso de presença de sintomas da doença, procurar imediatamente o serviço de saúde. Os principais sintomas são febre, dor de cabeça, dores musculares, atrás dos olhos e nas articulações, cansaço, entre outros. Ainda podem aparecer manchas vermelhas pelo corpo”, enumera.
Uso de repelente é indicado por especialistas
O surto de dengue que afeta Santa Catarina é o tema do episódio mais recente do podcast “Sua Saúde”, produção do Conselho Regional de Medicina (CRM-SC). O presidente do CRM-SC, Eduardo Porto Ribeiro, recebeu a infectologista Renata Zomer, que falou sobre sintomas, diagnóstico e prevenção. Entre as medidas necessárias para se proteger, ela indicou o uso de repelente.
“Usar repelente é uma medida paliativa, que não acaba com o mosquito, mas que impede que ele venha até você. A recomendação é passar repelente duas vezes por dia, pelo menos, principalmente no início da manhã e no fim da tarde, que é quando os mosquitos estão mais alvoroçados”, destacou Renata Zomer, que integra a Câmara Técnica de Infectologia do CRM-SC.
No momento, Santa Catarina vive um aumento de casos da doença. Conforme a Diretoria de Vigilância Epidemiológica, pelo menos 145 dos 295 municípios estão com infestação.