A 16ª Cúpula do Brics, marcada para ocorrer entre 22 e 24 de outubro em Kazan, Rússia, promete ser um momento crucial para discutir o fortalecimento das relações comerciais e tecnológicas entre os países membros. O encontro contará com a presença de 23 chefes de Estado, embora o presidente Luiz Inácio Lula da Silva participe apenas por videoconferência, devido a um acidente doméstico ocorrido no último sábado (19). Especialistas em relações internacionais analisam a importância do bloco, especialmente para nações como Irã e Rússia, que enfrentam sanções econômicas impostas por potências ocidentais.
O papel do Brics em um cenário global de tensões
O Brics, que inclui Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, busca contornar as dificuldades impostas por Estados Unidos e aliados ao avanço tecnológico da China. A cúpula será um espaço para discutir como o bloco pode atuar como um contrapeso às sanções ocidentais. Os países membros pretendem se unir para superar as limitações financeiras e comerciais enfrentadas por seus membros.
- Atração de novos membros: Em 2024, o Brics adicionou cinco novos integrantes: Irã, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Etiópia e Egito. Outros novos parceiros podem ser anunciados, aumentando a influência do bloco no cenário global.
China e a guerra comercial com os EUA
O professor José Augusto Fontoura Costa, da USP, destaca que a China está sob pressão de sanções econômicas dos EUA e da Europa, que visam limitar seu avanço tecnológico. As proibições afetam investimentos chineses e a exportação de tecnologia, impactando setores críticos como chips e biotecnologia.
- Conflito por tecnologia: A disputa tecnológica entre EUA e China é um dos principais focos da cúpula, onde o Brics busca estabelecer um espaço econômico favorável para seus membros, incluindo o Brasil.
Brasil em busca de equilíbrio geopolítico
Os especialistas alertam que o Brasil deve navegar com cautela entre os blocos geopolíticos liderados por EUA e Brics. O país possui potencial tecnológico significativo em áreas como agropecuária, petróleo e gás, e precisa aproveitar essas relações para fomentar o desenvolvimento.
- Potencial tecnológico brasileiro: O Brasil tem uma rica história de investimento em ciência e tecnologia, com instituições como Petrobras e Embrapa, que podem ser alavancadas para fortalecer sua posição no Brics.
A 16ª Cúpula do Brics se apresenta como uma oportunidade única para o Brasil e os outros membros fortalecerem sua cooperação, especialmente em um mundo cada vez mais dividido entre grandes potências.
Fonte|: Agência Brasil