A cantora Maraísa, da dupla com Maiara, virou alvo de críticas ao publicar um vídeo cantando a música “Borderline”, que associa o Transtorno de Personalidade Borderline (TPB) a comportamentos abusivos em relacionamentos. O conteúdo da letra provocou reação imediata de profissionais de saúde mental e artistas, levando a cantora a apagar o vídeo após a repercussão negativa.
Especialista condena a letra
Entre os primeiros a se manifestar está o psiquiatra Táki Cordás, doutor pela Faculdade de Medicina da USP e referência no tema. Em vídeo divulgado nesta terça-feira (29) e compartilhado por Fafá de Belém, Cordás lamentou a abordagem da música: “Não precisa ter CRM para dizer que alguém se encaixa numa personalidade borderline… Alguém que, na descrição dessa música, é uma pessoa abjeta, má, que falseia as relações afetivas”, comentou.
Segundo o médico, pessoas com TPB e suas famílias enfrentam dor real e complexa, buscando tratamento e apoio. “Não são pessoas más ou irresponsáveis. A gente discute tanto o estigma, e essa música só alimenta o preconceito”, completou.
Celebridades apoiam crítica à música
Artistas também se posicionaram. Astrid Fontenelle declarou: “Não é questão de censura. É não permitir que uma letra cheia de erros cresça com palmas. Merece vaia!”. Fafá de Belém compartilhou o vídeo do especialista e classificou o conteúdo como “muita irresponsabilidade”. O ator Cássio Scapin elogiou o posicionamento de Cordás: “Parabéns pelo lúcido comentário!”
Letra repercute negativamente nas redes
O trecho inicial da canção diz: “Nem preciso de CRM pra diagnosticar essa loucura que cê tá vivendo […] esse perfil se encaixa numa personalidade borderline”.
A canção segue com frases que descrevem o parceiro como controlador e manipulador, fechando com o refrão: “Ele não precisa de você nem do seu sentimento, só de tratamento”.
O conteúdo foi apontado por fãs e internautas como estigmatizante. Comentários nas redes acusaram a música de reforçar estereótipos sobre pessoas com TPB. “Borderline não é sinônimo de toxicidade”, escreveu um fã clube. Outro comentário destacou: “Com mais de 2 milhões de diagnósticos no Brasil, ela espalha desinformação e preconceito”.
Fonte: OFuxico