O Tribunal de Contas do Estado (TCE/SC) divulgou no Diário Oficial da última semana dados preocupantes sobre a saúde no Estado. Nas Unidades de Tratamento Intensivo (UTIs) públicas do Estado, 33% das regulações para internação ocorreram após o período crítico de 6 horas da solicitação.
A conclusão, que teve dados coletados do Sistema Nacional de Regulações (Sisreg) entre setembro e novembro do ano passado, mostra lacunas de presença de médicos reguladores. No funcionamento dos Núcleos Internos de Regulação (NIRs) das unidades hospitalares estaduais, que deveria ser ininterrupto, foi constatado que 11.332 horas totais ficaram descobertas, com a ausência de médicos reguladores, sendo o caso mais crítico o do Instituto de Cardiologia, que contava com apenas um médico regulador de 8 horas diárias, com registro de ponto em apenas 36 dias.
Em relação ao funcionamento ininterrupto das centrais de regulação de leitos de UTI/SUS foram identificadas, no mesmo período, 1.298 horas sem a cobertura médica. Das 4.557 solicitações de internação no período, 213 coincidiram com horários sem médicos regulados.
Conforme os dados levantados pela Diretoria de Atividades Especiais (DAE), das 4.557 regulações autorizadas, 54% ocorreram após a internação do paciente, sem a devida autorização prévia da Central de Regulação. Entre as regulações prévias, apenas 33% ultrapassaram o prazo crítico de 6 horas entre solicitação e autorização do leito. Assim, 3.147 internações não ocorreram de forma oportuna, evidenciando falha estrutural e sistêmica no processo de regulação.
Outro dado grave é que de uma série de medidas que o órgão já havia exigido para a Secretaria de Estado da Saúde, somente 9% delas foram cumpridas.
Fonte: Engeplus