Carioca de 33 anos, Thainá Gonçalves é a campeã da segunda edição do “Estrela da Casa”, na noite de segunda-feira, 6 de setembro. A cantora venceu a grande final, disputada com Hanni, Juceir e Daniel, que ficaram em segundo, terceiro e quarto lugar, respectivamente.
Ela começou a cantar aos três. Liderou grupos de louvor ainda jovem. Apaixonou-se por corais norte-americanos. Na reta final do Estrela da Casa, representou o gospel com performances poderosas de “O Maior Vilão Sou Eu” e “That’s What Friends Are For”. Obteve as maiores notas entre os finalistas, acumulando avaliações nas duas etapas decisivas.
Durante o programa ela afirmou sua autenticidade, dizendo: “Ser verdadeira comigo mesmo, com as pessoas ao meu entorno, é o que eu sou. Eu sou a mesma Thainá em todos os lugares”. Com vida marcada por contrastes, Thainá enfrentou repressões no meio religioso para cantar secular. Só aos 30 anos iniciou a carreira profissional, após casada, quando uma amiga convidou-a para um show. A partir daí deixou trabalhos paralelos, como de camareira ou recepcionista, para dedicar-se à música.
Superação, corpo e dor: marcas da vencedora
Bullying marcou sua história. Negra, gorda e pobre, ela cresceu num país com desigualdades tão visíveis. Sentiu vergonha do próprio corpo. Sentiu ódio da voz. Rompeu com a música por quatro anos. Deixou de ouvir canções. Deixou de emocionar-se com elas. Esquecia sonhos que pareciam distantes. Ainda assim, Thainá transformou dor em arte.
Em casa, enfrentou resistência. Isso porque sua mãe desaprovava que ela cantasse músicas fora do universo gospel. Mesmo assim, decidiu enfrentar o conflito. Thainá então eesolveu trabalhar essa tensão interna. Encontrou apoio no marido, essencial para reencontrar autoestima. “Não preciso odiar meu corpo e me amo do jeito que sou. Eu sou toda linda”, disse, valendo-se principalmente da própria experiência.
Thainá venceu pelo conjunto: entrega no palc”o, coragem fora dele, e acima de tudo voz que encontrou eco. Sua vitória no “Estrela da Casa” quebra expectativas, toca em feridas sociais, e principalmente inspira quem vê no canto mais que canção — vê-se resistência, identidade, mudança.
Fonte OFuxico