A Polícia Civil informou ao Diário do Sul que teve acesso a um vídeo em que os organizadores da Subida da Montanha, em Grão-Pará, aparecem fazendo recomendações sobre como os condutores deveriam se apresentar durante a arrancada promocional do evento. Foi nesse evento que um Porsche atropelou três pessoas, causando a morte de uma delas.
“Houve uma prévia dos organizadores, fazendo recomendações de como se apresentar. E, em tom de brincadeira, ao meu ver, eles se manifestam em fala de evitar acelerar a 300 km/h, mas que 150 km/h estava tranquilo e aí frear. Então, eles instigam a conduta imprudente, até porque a via onde a arrancada acontecia era para se andar a, creio eu, 40 km/h”, explica a delegada.
Jucinês ainda ressalta que, como já foi divulgado, os organizadores regularizaram parte da documentação, mas não obtiveram o alvará específico para a área do evento no dia da arrancada.
“Ademais, não ciente dessa orientação de velocidade, não foi tomada qualquer utilização de paliativos para possível colisão, não foi colocado nenhum recurso para contenção. Então, o que se pode verificar é que, para além de conduta culposa, há na verdade a possibilidade de tratar a conduta com dolo eventual, quando se assume o risco de provocar o resultado, pois há fundadas razões de previsibilidade do resultado, sobretudo se levar em consideração os recursos para evitar danos e a velocidade empregada”, completa a delegada.
O inquérito segue em andamento e deve ser concluído em 30 dias.
Mais explicações
Ontem, o Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) solicitou diligências complementares, incluindo a oitiva de vítimas e participantes, realização de perícias e juntada de documentos essenciais para esclarecer o acidente e apurar responsabilidades, tanto do motorista quanto da organização.
No dia do acidente, o condutor, um médico neurocirurgião, foi preso em flagrante e liberado após pagamento de fiança de R$ 5 mil.
Fonte: Diário do Sul