Na madrugada desta quinta-feira, 29 de maio, agentes da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE) prenderam o cantor Marlon Brandon Coelho Couto, conhecido como MC Poze do Rodo.
Ele estava em sua residência no Recreio dos Bandeirantes, Zona Oeste do Rio de Janeiro. A operação cumpriu um mandado de prisão temporária expedido pela Justiça. Durante a ação, apreenderam bens de alto valor, incluindo uma BMW vermelha, joias e eletrônicos.
Essa não é a primeira vez que o funkeiro se vê envolvido em investigações policiais. Em novembro de 2024, durante a Operação Rifa Limpa, Poze e sua esposa, Viviane Noronha, foram alvos de buscas que resultaram na apreensão de veículos de luxo e acessórios valiosos.
Na ocasião, a polícia confiscou uma Land Rover Defender blindada, uma BMW X6, 21 cordões de ouro avaliados em quase R$ 2 milhões, além de relógios, anéis e celulares. Alguns desses bens acabaram posteriormente devolvidos ao casal, mas com restrições judiciais que impedem a venda ou modificação dos itens até o fim do processo legal.
Poze faz shows em áreas dominadas pelo Comando Vermelho
De acordo com as investigações da DRE, MC Poze do Rodo realizava apresentações exclusivamente em comunidades controladas pela facção criminosa Comando Vermelho (CV). Nesses eventos, havia presença ostensiva de traficantes armados com fuzis, que garantiam a “segurança” do artista e do público.
De acordo com a polícia, esses shows eram utilizados estrategicamente pela facção para aumentar os lucros com a venda de drogas. Assim, revertiam os recursos para a aquisição de mais entorpecentes, armas de fogo e outros equipamentos necessários à prática de crimes.
A ligação entre o cantor e o Comando Vermelho aparece como “sólida” na concepção das autoridades. As apurações indicam que Poze mantinha relações próximas com membros da facção. Assim sendo, realizava shows supostamente financiados pelo CV, o que contribuiria para a lavagem de dinheiro do tráfico.
Músicas que incitam o crime e confrontos armados
A DRE também aponta que o repertório musical de Poze “faz clara apologia ao tráfico de drogas e ao uso ilegal de armas de fogo”. Além disso, “incita confrontos armados entre facções rivais, o que frequentemente resulta em vítimas inocentes”.
As letras das músicas extrapolariam os limites constitucionais da liberdade de expressão e artística. Dessa forma, configurando crimes graves de apologia ao crime e associação para o tráfico de drogas.
A Polícia Civil reforça que as investigações continuam para identificar outros envolvidos e os financiadores diretos dos eventos criminosos. O advogado de defesa do funkeiro, Fernando Henrique Cardoso Neves, afirmou que “vai ver o que é” a nova prisão do artista para depois comentar o caso.
Fonte OFuxico