Santa Rosa de Lima é oficialmente a Capital Nacional da Meliponicultura, a criação de abelhas nativas sem ferrão. Na última sexta-feira, 2 de agosto, o presidente Luiz Inácio Lula Silva sancionou a Lei Federal nº 14.949, que o confere o título ao município.
A proposta de outorga a Santa Rosa de Lima foi apresentada originalmente pelo deputado federal Darci de Matos (PSD), em 2022, ao conhecer pessoalmente o trabalho pioneiro realizado no município, desde os anos 90, de preservação e reprodução de melíponas, as abelhas silvestres originárias da mata atlântica e que não possuem ferrão. “Santa Rosa de Lima apresenta um cenário favorável à atividade da meliponicultura racional, possibilitando o repovoamento das matas com enxames de espécies nativas que outrora já não existiam mais, sendo favorecido pela exuberante preservação dos recursos naturais, conciliando a exploração comercial de recursos vegetais com importantes reflorestamentos fragmentados”, defendeu o parlamentar em sua justificativa ao projeto de lei, destacando que a atividade, atualmente, é importante fonte de renda secundária, e até primária, de muitas famílias do município.
As melíponas
Ao contrário da abelha Apis mellifera, amplamente utilizada na apicultura comercial e cujos enxames são oriundos da Europa ou da África, as abelhas nativas brasileiras não possuem ferrão ou possuem um ferrão desfuncional, sendo, portanto, inofensiva ao ser humano. Sua comercialização se dá principalmente na replicação e venda de enxames, que podem ser usados para polinização de jardins e plantações. Produtos como mel e própolis também são comercializados, mas ainda é um mercado em construção.
Atualmente, Santa Rosa de Lima possui mais de 25 mil colônias matrizes de abelhas sem ferrão, com 31 espécies sendo criadas de forma racional. Cerca de 95% das propriedades rurais do município possuem colônias melíponas. No perímetro urbano também existem criatórios, incluindo um meliponário municipal na praça central, com sete espécies representadas, além de projetos nas escolas municipais e na Unidade de Saúde Básica no Projeto Farmácia Viva.
A cidade também é sede da Amesg (Associação de Meliponicultores das Encostas da Serra Geral), fundada em 2009.