Com o objetivo de reduzir custos e aumentar a qualidade do fornecimento de energia, após uma extensa e rigorosa análise de propostas apresentadas, às 14 horas do dia 5 de outubro, a Cegero e a Cerbranorte, representadas pelos presidentes Francisco Niehues Neto e Mayco Luiz Niehues, assinaram o contrato no valor de R$ 28 milhões com os representantes da Empresa Catarinense de Eletricidade (ECE), Oscar Lopes Matos (Diretor Comercial) e Sandro Machado Faust (Diretor de Suprimentos), para a execução da linha de distribuição/transmissão de 138 kV, circuito duplo, com uma extensão de 30,3 quilômetros entre as duas Subestações, localizadas no município de Braço do Norte, e a Subestação da EDP Transmissão Litoral Sul S.A., localizada no município de Tubarão. O ato aconteceu na sala de reuniões da Cegero. É importante lembrar que o investimento total no projeto é de aproximadamente R$ 60 milhões. A previsão é que com o investimento realizado, a economia anual em relação aos custos de transmissão hoje pagos à Celesc Distribuição, chegue próximo a R$ 6 milhões ano, para cada Cooperativa.
Segundo o Coordenador de Administração e Regulação da Cegero, representante da Comissão Gestora da Linha, Flávio Schlickmann, foram recebidas um total de quatro propostas para análise, que seguiu uma série de critérios. “Tivemos, entre as propostas, valores de R$ 38.425.000,00. Após finalizarmos o processo de análise, reuniões e negociações com todas as empreiteiras interessadas, chegamos ao valor final de R$ 28.000.000,00 proposto pela Empresa Catarinense de Eletricidade (ECE)”. Ele completa explicando que o contrato assinado tem como objeto a execução de obras civis, montagem eletromecânica e fornecimento parcial de materiais para a execução da referida linha, onde a contratada se responsabiliza pela construção integral das etapas de implantação do empreendimento de acordo com as especificações do projeto, não estando incluso o fornecimento de cabo de alumínio, cabo de aço, estruturas circulares de concreto ou metálicas, estruturas treliçadas (torres), ferragens e isoladores. “Por este motivo, a estimativa é chegar a um investimento de aproximadamente R$ 60 milhões”, ressalta Flávio. O Coordenador conclui lembrando, que apesar da representatividade do investimento, um fator fundamental é a parceria com a Cerbranorte, parceria essa que inclusive é inovadora no Setor Elétrico Brasileiro, onde duas distribuidoras se unem para construir uma linha em circuito duplo e reduzir significativamente o impacto financeiro, algo que para a própria Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) foi uma situação nova. “Se cada Cooperativa fosse investir individualmente na construção da linha a soma dos investimentos ultrapassariam os R$ 100 milhões. Assim, com a parceria firmada entre Cegero e Cerbranorte, otimizamos o investimento, e quem ganha são os associados e consumidores”.
A linha de distribuição/transmissão, que inicia sua execução neste mês de outubro, com a assinatura do contrato, foi projetada para tensão de 138 kV, em circuito duplo, trifásico, com um cabo condutor por fase, bitola 477MCM – CAA – HAWK, e um cabo de cobertura, sendo este um OPGW 36 FO. A linha tem origem nas Subestações da Cegero e da Cerbranorte, as quais são contíguas e estão localizadas no município de Braço do Norte, e termina na Subestação Tubarão SUL RB, rede básica, de propriedade da EDP Transmissão Litoral Sul S.A.
O Coordenador Econômico e Financeiro da Cegero, Adilson Soethe, diz que as Cooperativas deixarem de pagar esse custo à Celesc e passarem a ser as proprietárias da própria linha, conectada diretamente a rede básica, será uma grande conquista. “A partir da conexão e entrada de operação, passamos a ter somente os custos de operação e manutenção da nossa própria linha. Somente para a Cegero, uma redução de custos estimada na ordem de R$ 6 milhões por ano”, informa.
Já o Coordenador e Engenheiro Responsável Técnico da Cegero, Adriano V. Maurici, enfatiza que com a conexão na rede básica, em 230 kV, deve haver uma melhora na prática tanto na qualidade, quanto na confiabilidade do fornecimento. “A qualidade está ligada ao nível de tensão que principalmente nos meses de verão tem apresentado problemas. Já a confiabilidade está relacionada a interrupções de energia, principalmente de curta duração, que acabam gerando inúmeros transtornos aos consumidores, principalmente os industriais que dependem de um fornecimento de energia continua e estável”, pontua.
Os presidentes da Cegero e Cerbranorte, Francisco Niehues Neto e Mayco Luiz Niehues, sobre a assinatura do contrato e a execução da linha de distribuição em parceria reforçam que entre os objetivos estão a redução de custos e consequentemente a redução da tarifa de energia para os associados. “Todo processo está sendo realizado com total transparência, com segurança jurídica, e muito bem alinhado entre as Cooperativas e a empresa. Aproveitamos para agradecer todos os colaboradores envolvidos em todo o processo. É um momento importante e histórico”, ressaltam.
O presidente da Cegero, Francisco Niehues Neto, enfatiza que a obra também busca garantir o fornecimento de energia para as próximas décadas, além de melhorar a qualidade e confiabilidade do fornecimento de energia elétrica. “Há alguns anos, mais precisamente em 2008, os associados da Cegero tiveram que decidir sobre outro grande investimento, a construção da subestação de 138kV. A obra teve um custo aproximado de R$ 8 milhões e foi essa importante decisão que garantiu a qualidade e continuidade do fornecimento nos últimos anos, permitindo ainda que a Cooperativa pudesse estar entre as tarifas mais baratas do Brasil na atualidade”, ressalta. E completa enfatizando que chegou a hora de realizar mais um investimento expressivo para construção de nova linha. “O nosso negócio é distribuir energia elétrica, e essa deve ser a prioridade para ambas as Cooperativas. É somente por meio da distribuição de energia elétrica com qualidade, confiabilidade e tarifas equilibradas, que as coisas acontecem e o propósito de ambas é concretizado. Sem esse ‘dever de casa feito’, nada mais ocorre, em especial os projetos e ajudas sociais”, resume. Com a parceria, as Cooperativas estão promovendo o 6º Princípio do Cooperativismo, que é a intercooperação.
Estiveram prestigiando a assinatura do contrato: pela ECE Oscar Lopes Matos (Diretor Comercial), Sandro Machado Faust (Diretor de Suprimentos) e Romeu Carlos Melo Digiácomo (Engenheiro Área Comercial). Pela Cerbranorte: Mayco Luiz Niehues (Presidente), Roberto Kindermann (Vice-presidente), Laisy Vieira (Secretária), Itamar Jose de Almeida (Gerente de Regulação) e Felipe Santana May (Engenheiro Eletricista). Pela Cegero: Francisco Niehues Neto (Presidente), Flávio Schlickmann (Coordenador de Administração Regulação e Coordenador da Comissão Gestora da Linha), Adilson Soethe (Coordenador Econômico e Financeiro) e Matheus Schlickmann (Analista de Suprimentos).
SÍNTESE DO PROCESSO – DO ESTUDO INICIAL ATÉ O INÍCIO DA OBRA
O PRIMEIRO PASSO – o estudo inicial: O estudo de conexão à rede básica iniciou pela Cegero em 2018. Num primeiro momento, a intenção seria fazer a conexão numa linha de 525kV, que estava sendo construída cruzando a região de São Ludgero e Braço do Norte. Porém, os estudos demonstraram a inviabilidade da conexão nesse nível tão alto de tensão. Então, surgiu a informação que uma subestação de 230kV (Subestação – SE Tubarão Sul) estaria sendo construída até 2022 na região entre Tubarão e Treze de Maio, e que essa sim poderia viabilizar o acesso a rede básica, proporcionado mais segurança e economia ao fornecimento de energia da Cegero e também da Cerbranorte. Portanto, uma alternativa adequada de expansão a longo prazo para as Cooperativas, haja vista que as tarifas de uso do sistema elétrico passam a ser mais econômicas do que os atuais contratos. Diante da informação, foi iniciada as reuniões e tratativas com a Cerbranorte no intuito de amadurecer a parceria e viabilizar a obra, visto que pelo volume de investimento, a obra somente seria viável se fosse realizada em conjunto. Já no final 2020, após a conclusão dos estudos técnico, econômico e financeiro, chegou-se a conclusão que a obra era viável e fundamental para ambas as Cooperativas, tanto sobre o aspecto técnico, quanto pelo aspecto econômico e financeiro.
O SEGUNDO PASSO – o projeto e autorização: Para dar seguimento, foi então contratada uma empresa projetista e iniciado tanto o projeto, quanto o processo de autorização junto a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e ao Operador Nacional do Sistema (ONS). A autorização para construção conjunta entre Cegero e Cerbranorte foi emitida pela Aneel, após algumas reuniões técnicas com o órgão regulador em 2020. Pelo lado do ONS, a autorização também foi concedida por meio da emissão do parecer favorável de acesso estando, portanto, a obra autorizada para ser construída e conectada à rede básica por meio da subestação Tubarão Sul, de propriedade da EDP Transmissão Litoral Sul S.A. Com relação ao projeto da linha, o mesmo foi finalizado no início de março de 2021, estando pronto para a execução juntamente com as liberações ambientais, bem como o processo de regularização das servidões administrativas deliberadas, com todas as áreas já mapeadas e valores indenizatórios definidos.
O TERCEIRO PASSO – assinatura dos contratos com ONS e EDP: Após as devidas autorizações, e após a pandemia Covid-19 e perspectiva de queda da taxa básica de juros a partir de 2023, foi iniciada as tratativas com a EDP e ONS para assinatura dos contratos de uso do sistema de transmissão (ONS) e contrato de conexão na transmissão (EDP), sendo finalizados e assinados no primeiro semestre de 2023. Em paralelo, foram iniciados o pagamento das servidões de passagem / indenizações da linha.
O QUARTO PASSO – Contratação da empreiteira: Enfim, chegou o momento de lançar edital em 2023 para receber propostas de execução do projeto na prática. E, após recebimentos das propostas e feitas as análises, tratativas, ajustes, em 5 de outubro de 2023, o contrato foi assinado.
PRÓXIMOS PASSOS – Aquisição dos materiais: Contratada a empreiteira, o próximo passo em paralelo ao início das obras de acesso e fundação pela empreiteira, será a aquisição dos materiais de responsabilidade das Cooperativas. Serão lançados ainda no mês de outubro editais para a contratação de cabo de alumínio, cabo de aço, estruturas circulares de concreto ou metálicas, estruturas treliçadas (torres), ferragens e isoladores, de forma a novamente ter o máximo de eficiência possível nas aquisições.