Santa Catarina foi reconhecido pela Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO) como o maior Estado em número de doações efetivas de órgãos para transplantes. E o Hospital Nossa Senhora da Conceição (HNSC), de Tubarão, contribui com este cenário, sendo a instituição que este ano apresentou o segundo maior número de explantes convertidos em transplantes bem-sucedidos.?Há cerca de um mês, o DS trouxe uma matéria com este destaque.
Foram, até julho, 25 notificações de potenciais doadores de órgãos, sendo efetivadas 17 doações, um total de 68% de efetivação de órgão doados – umas das maiores taxas do Estado, segundo dados da SC Transplantes.
O HNSC realiza este trabalho desde 2003 e é liderado pela Comissão Hospitalar de Transplantes (CHT), que tem a finalidade de organizar rotinas e protocolos que possibilitem o processo de doação de órgãos e tecidos para transplantes. Composta por uma equipe multidisciplinar de enfermeiros, médicos e psicóloga, a CHT realiza todo o processo conjuntamente com a Central Estadual de Transplantes de Santa Catarina (CET), centralizando e coordenando todas as ações que envolvam a captação, o transplante e o gerenciamento das listas únicas de receptores de órgãos e tecidos, tanto nos processos de captação quanto na distribuição.
Como parte do processo, o HNSC também faz o atendimento dos pacientes neurológicos mais críticos no Centro de Terapia Intensiva (CTI), que envolve desde a busca ativa, notificação da morte encefálica, o acolhimento familiar, manutenção do potencial doador, até o explante.
Acolhimento familiar é fundamental
O acolhimento familiar humanizado, segundo o médico intensivista Samuel De Brida Andrade, membro da CHT, é um dos aspectos de maior dedicação da equipe e de fundamental relevância que determina o sucesso da comissão e o benefício a sociedade. “A determinação da morte encefálica é um dos processos mais complexos e técnicos da medicina. Para a família que acompanha seu ente querido no CTI em uma condição neurológica catastrófica, emotivamente envolvido, é profundamente mais complexo. Nosso papel nesse momento é estar ao lado da família, apoiá-la. É só apenas quando elas encontram algum conforto, sanam todas suas dúvidas que eles atingem uma condição capaz de tomar decisões plenamente autônomas”, explica.
Fonte: Diário do Sul