O proprietário da Versa Engenharia, antiga Serrana, detalhou o esquema de propina a agentes públicos de Lages em audiência da Operação Mensageiro, na comarca do município, na manhã desta terça-feira (18). Segundo ele, o total de valores repassados seria em torno de ao menos R$ 1,9 milhão.
Os pagamentos teriam acontecido em troca de favorecimento em licitações de serviços na coleta de lixo em diversas cidades catarinenses, entre 2017 e 2022. Segundo o dono da Serrana, os pagamentos aos secretários municipais aconteceram por meio do mensageiro, que levava os valores em dinheiro vivo em pontos de encontro pela cidade.
Ele afirma que o pagamento de propina foi realizado para que a prefeitura honrasse os pagamentos atrasados de serviços prestados na gestão anterior. “Eu tenho que pagar funcionários, nunca atrasei de ninguém nesses 32 anos. Eles não tinham culpa do que acontecia comigo nem com a prefeitura. Tinha que pagar até por uma ‘questão humanitária’, até porque eles ganham pouco”, afirmou o réu.
Valores dos pagamentos
Ainda de acordo com ele, o ex-secretário de Administração de Lages, Antônio Arruda, teria pedido pagamentos de propina de R$ 50 mil mensais em dezembro de 2019 até dezembro de 2022, o que totalizaria R$ 1,8 milhão. Além disso, Arruda teria pedido R$ 150 mil.
O dono da Serrana também afirmou que, em uma licitação de iluminação pública, ele teria oferecido a Arruda R$ 800 mil se ganhasse a licitação, mas o pagamento não aconteceu porque a empresa não foi a vencedora.
Notisul